Finalmente, depois de uma longa espera, aconteceu hoje a estreia de Animais Fantásticos e Onde Habitam, o primeiro filme de uma série prequel da saga Harry Potter que será composta por cinco filmes e roteirizada por J.K. Rowling. Consegui ir assistir em uma das sessões de pré-estreia e comentarei um pouco aqui sobre o filme.
Foi incrível sentir a animação das pessoas já na fila de espera e ver tantas varinhas, capas e uniformes que saíram do armário depois de mais de cinco anos desde a última vez em que viajamos por esse fantástico mundo mágico. Dentro da sala os lugares estavam quase todos lotados e as pessoas todas ansiosas e empolgadas. As luzes apagaram e o silêncio tomou conta e de repente Hedwig’s Theme começou a tocar… o logo da Warner mais sombrio como nunca apareceu em tela e todos vibraram, nesse momento tive certeza de que o mundo mágico estava de volta.
O ano é 1926 e Newt Scamander (Eddie Redmayne), um magiozoologista que se tornaria muito famoso mais tarde por escrever o livro que dá nome ao filme e é indicado como necessário para os alunos do primeiro ano da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, vai à New York em busca de uma criatura rara, mas ao chegar deixa alguns de seus animais fantásticos escaparem de sua maleta mágica, causando conflitos com o Congresso Mágico dos Estados Unidos que muito discutiam justamente a relação da sociedade bruxa com a sociedade no-maj (trouxa, em outras palavras). Cabe então a Newt recuperar seus animais fantásticos sem causar muito tumulto.
O filme não deixa a desejar, J.K. constrói um universo expandido de Harry Potter tanto para fãs da série quando para quem não leu os livros ou não é muito familiarizado com o mundo mágico, nos primeiros minutos de filme já é possível se familiarizar com a história e a partir daí tudo flui satisfatoriamente. Os fãs é claro, irão vibrar e sentir a nostalgia de volta sem muitas apelações para fanservices.
O teor mais adulto do filme é evidente, ao mesmo tempo que vemos cenas encantadoras e com muitas luzes somos colocados logo em seguida em cenas mais densas e sombrias, de modo a traçar um destino para essa nova história. Questões políticas são bem tratadas no filme, vemos os personagens discutindo sobre preconceito e intolerância relacionado a trama, possibilitando traçar um paralelo com o mundo real. O Congresso Mágico dos Estados Unidos desde o Julgamento das Bruxas de Salém e os crescentes discursos de ódios contra o mundo bruxo luta pela exclusão da sociedade bruxa da sociedade no-maj. São temas muito bons para serem abordados com um público que cresceu com Harry Potter.
Os personagens também são encantadores e o elenco fez um ótimo trabalho. Jacob (Dan Fogler) por exemplo, é um no-maj que acaba se envolvendo com Newt e representa todos nós que gostaríamos de se aventura pelo menos uma vez na vida pelo mundo mágico. Newt tem a ajuda também de Porpentina (Katherine Waterston) e sua distraída irmã Queenie (Alison Sudol). Graves (Colin Farrell) e Credence (Ezra Miller) representam muito as questões de preconceito e com certeza terão papéis importantes nas próximas sequências. As criaturas mágicas são realmente fantásticas, não teve como não se apaixonar e rir com Pelúcio ou com o Tronquilho.
Quem acompanhou as notícias também sabia que Grindelwald (Johnny Depp) iria fazer uma aparição no filme e que sua trama com Dumbledore, destacada na série original de Harry Potter, está para ser explorada na série prequel. Estava preocupado em como essa história iria se desenrolar dentro do contexto de Animais Fantásticos e Onde Habitam, mas a ligação com a história do filme foi perfeita e estou mais confiante e ansioso para os próximos filmes. E agora nos resta aguardar por mais dois longos anos até a sequência dessa nova história mágica.